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sexta-feira, 19 de julho de 2024

Vereadores de Bataguassu suspeitos de “Rachadinha” são investigados pelo Ministério Público de MS

Sete vereadores de Bataguassu estão sendo investigados pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) por suspeita de envolvimento no esquema de “rachadinha” após denúncias de irregularidades na Câmara Municipal do município.

Segundo o site Investiga MS divulgou neste sexta-feira (19), a promotora do MP-MS, Patrícia Almirão Padovan, abriu procedimento preparatório para investigar as denúncias de irregularidades na Câmara.

Conforme a denúncia, de janeiro a novembro de 2023, os vereadores receberam os seguintes valores:

Celson Magalhães: R$ 87,1 mil
Mauro de Souza, André Luiz Souza, Cesar de Souza e Nivaldo da Silva: R$ 79,2 mil cada
Renato Ferreira: R$ 67,3 mil
Cleyton Rodrigo: R$ 59,8 mil

O denunciante comparou esses valores com os recebidos pelos vereadores Eder Nascimento (R$ 24,3 mil) e Eliane de Oliveira (R$ 15,8 mil), considerados dentro dos parâmetros razoáveis, levantando suspeitas de enriquecimento ilícito dos sete vereadores investigados.

A investigação visa apurar irregularidades no recebimento de diárias e outros procedimentos ilegais promovidos pela Câmara Municipal de Bataguassu, envolvendo vereadores e servidores.

O denunciante relata as seguintes irregularidades:

  • Recebimento fraudulento de diárias por vereadores e servidores municipais;
  • Pagamento de publicidades institucionais “cruzados” ou “rachadinha”;
  • Aprovação de doação irregular de área pública à nora do Presidente da Câmara;
  • Burla ao procedimento licitatório na contratação de serviços de pintura da câmara, realizado pelo pai de funcionário comissionado da Câmara.
  • Realização de serviço de higienização contra Covid-19 superfaturado, por valor 5x mais alto que o de mercado;
  • Idealização pelo presidente da câmara de promover um concurso simulado para efetivar servidor comissionado;
  • Realização de concurso simulado para a efetivação de ex-servidora comissionada, hoje concursada no cargo de analista financeiro.

Sobre as diárias

A denúncia revela ainda que as diárias recebidas pelos sete vereadores em 2023 excedem os salários pagos pela Câmara de Bataguassu. Os servidores da casa também são acusados de receberem R$ 63,3 mil em diárias, com suspeitas de devolução dos valores para a presidência da Câmara.

“Há suspeitas de que vereadores e funcionários estão recebendo diárias indevidamente, resultando em uma utilização questionável de recursos públicos. Essas diárias têm sido usadas como complemento salarial tanto para vereadores quanto para servidores, configurando prática ilegal e enriquecimento ilícito. Há indícios de uma suposta ‘rachadinha’ das diárias, envolvendo servidores e o presidente do legislativo. Além disso, parece existir um acordo entre os vereadores e funcionários sobre as viagens fora e dentro do Estado, com rodízio determinando quem viaja para locais fora do Estado, como Brasília (DF) e Curitiba (PR), e quem viaja dentro do Estado, como Campo Grande (MS)”, afirma a denúncia.

As investigações continuam para apurar a veracidade das denúncias e responsabilizar os envolvid

O que é o crime de “Rachadinha”?

Segundo o site Politize, “rachadinha” é o nome popular dado para “desvio de salário de assessor”. Na prática, trata-se de uma transferência de parte ou de todo salário do servidor para o parlamentar ou secretários a partir de um acordo anteriormente estabelecido.

Não há um consenso de que seja crime. Alguns especialistas consideram a prática apenas como improbidade administrativa, ou seja, conduta que causa danos à administração. Dessa forma, sem a existência de uma lei, considera-se que não pode gerar sentença de prisão.

Por outro lado, outros especialistas a consideram crime na medida em que o agente obtém vantagens econômicas particulares através de um cargo público, ou seja, pode ser enquadrado no código penal como corrupção.

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