As melhorias construídas pelos produtores do Cinturão Verde serão indenizadas, enquanto da área o repasse será feito à prefeitura, dona legal das terras; passagem de nível na fazenda Acácia também será construída
A obra do contorno do anel viário de Três Lagoas deve ficar pronta daqui a um ano. A construção é esperada há mais de uma década e tem previsão de ser entregue no segundo semestre de 2025. Como nem tudo são flores, houve algumas reclamações, mas de acordo com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), moradores atingidos pela obra serão indenizados.
ENTENDA
Ao todo, serão 26,4 quilômetros de empreendimento viário, os quais, devem ampliar a capacidade de fluxo de veículos que transitam por Mato Grosso do Sul em direção a Campo Grande ou a Capital do Estado de São Paulo. A obra, porém, não foi bem recebida por alguns proprietários rurais que terão que desapropriar áreas.
Um dos proprietários contou que a sua propriedade foi ‘cortada’ pela obra. Conforme o fazendeiro, pelo menos 80 hectares ficaram sem a passagem de nível para transportar o gado. Com a área dividida, o produtor rural teria grandes prejuízos.
A equipe de reportagem conversou com o Dnit e foi informada que tudo o que foi acordado será construído, inclusive a passagem de gado do produtor rural acima informada. O departamento ainda ressaltou que tudo está no projeto e todos os processos são judiciais para que ninguém seja lesado.
O anel viário também vai passar por um local denominado Cinturão Verde, uma área rural da Prefeitura de Três Lagoas, a qual foi cedida para pequenos agricultores. Apesar de residirem no local, os moradores não têm a posse do espaço. As famílias que lá moram chegaram a fazer um movimento, alegando que estariam sendo prejudicadas, já que a obra vai ‘cortar’ a região.
Ainda segundo o Dnit, todos os moradores do Cinturão Verde serão indenizados. De acordo com o órgão, desde 2021 existe um trabalho com os 17 moradores que moram no local e todos estão cientes. Com a área pertence à prefeitura, o Executivo também será pago. Todos serão indenizados individualmente.
INVESTIMENTO
O Dnit está investindo no anel viário R$ 200,8 milhões, recursos estes que estão garantidos no caixa do órgão. O trecho inicia no KM-261 da Br-158/MS, intercepta a BR-262/MS (sentido Campo Grande) e a BR-158/ MS, próximo à ponte do Rio Paraná, em direção ao Estado de São Paulo.
A estimativa é que após concluída, pelo menos 14 mil veículos transitem pelo trecho da obra, evitando passar por dentro da cidade de Três Lagoas, a qual após grande desenvolvimento, tem um enorme fluxo de veículos. Desta forma, a obra deve desafogar o trânsito no município.
Cerca de 25 mil veículos trafegam pelas BRs 158 e 262 em direção ao perímetro urbano de Três Lagoas. Se referir as duas rodovias, foi estimada uma média de 12 a 14 mil veículos diários, sendo a grande maioria de trânsito pesado.
GERAÇÃO DE EMPREGO
Pelo menos 450 trabalhadores estão atuando na construção de sete Obras de Arte Especiais (OAE), sendo três viadutos, uma ponte e três passagens de nível superior. A rodovia está sendo construída em pavimento rígido de concreto, o qual tem maior vida útil.
SEGURANÇA DOS USUÁRIOS
Três Lagoas é um importante polo industrial, principalmente de celulose. A construção do contorno deve, nesse sentido, reduzir o tempo das viagens e ampliar a segurança dos usuários. A equipe do Perfil News recentemente esteve no local e registrou imagens aéreas, para do cronograma das obras.
Na incursão ao trecho, foi observado que a empreiteira que executa a obra está trabalhando em vários pontos da rodovia, atuando na construção de pontes, aterros e passagens de nível, além da pavimentação. O trecho de 9 km compreende a ligação da BR 158, sendo Selvíria, próximo à Fazenda Três Lagoas, com a BR −262 no trecho Três Lagoas à Água Clara. Os demais trechos são a BR −262, a Br-158, sentido, Brasilândia e a BR-158, a ligação com a ponte sobre o Rio Paraná, passando ao lado da empresa Cargill.