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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Após resgate no Pantanal, onça pintada se alimenta e está em recuperação no CRAS

A onça pintada que recebeu o nome de Miranda, resgatada com as quatro patas queimadas – ontem (15) – no Pantanal de Mato Grosso do Sul, já se alimentou e continua sob monitoramento no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande.

A primeira noite dela sob cuidados veterinários foi de recuperação após ser resgatada pelo Gretap (Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal), no município de Miranda – e por isso ela recebeu o mesmo nome do local onde foi encontrada.

O animal foi sedado para a realização dos primeiros atendimentos e transporte. Já no CRAS, a onça recebeu carne e água, e esta manhã já havia se alimentado. “A Miranda foi colocada em local apropriado, com grades, pois é um animal muito agressivo. A gente tem que ver como é a recuperação dela após uma sedação. É um animal carnívoro e tem hábitos noturnos, ontem no final do dia nós oferecemos alimentação, carne, e colocamos água no recinto. Agora de manhã verificamos que ela se alimentou, comeu tudo e bebeu água também. Mas ela ainda está se recuperando da sedação, então é necessário acompanharmos se está dentro do esperado”, explicou a médica veterinária e coordenadora do CRAS, Aline Duarte.

O resgate ocorreu de forma rápida, entre às 12h50 de quarta-feira (14) e às 9h46 de quinta-feira (15), com uma força tarefa entre o Gretap e o CRAS, com o apoio do Ibama e da PMA (Polícia Militar Ambiental).

“Nós recebemos a informação de que alguns trabalhadores rurais avistaram a onça, mancando. Ela foi monitorada pelo Ibama e nós fizemos o resgate. O animal foi encontrado dentro de uma manilha. E em menos de 24 horas após sermos acionados, ela já estava no veículo para ser trazida a Campo Grande”, disse a médica veterinária e coordenadora operacional do Gretap, Paula Helena Santa Rita.

O tratamento das queimaduras será feito à base de ozônio e pomadas específicas, mas Miranda também vai passar por uma série de exames laboratoriais e de imagem, o que exige um manejo específico para não estressar o animal. No CRAS todos os cuidados são realizados para garantir que a onça pintada, um animal silvestre e selvagem, se recupere e volte para a natureza o mais rápido possível.  

“É um animal agressivo, toda vez que a gente vai fazer um manejo com ela, é necessário fazer uma sedação por uma questão de segurança dela e nossa também, da equipe. Está previsto nesse final de semana a gente fazer todo o manejo necessário para verificar como ela está de saúde, ter uma visão mais ampla. Porque é um animal vítima de queimada, às vezes pode ter inalado fumaça, pode ter algum problema no pulmão. Nós vamos fazer esses exames para verificar a situação, do quadro geral dela. Então, está previsto a gente fazer ozônio nas patas, um novo curativo e também exames de sangue”, explicou Aline.

O check-up veterinário também prevê alguns exames específicos para doenças de felinos, raios-x e ultrassom. “A gente vai fazer um check-up geral nesse animal. Só estamos aguardando um período, porque não pode sedar todo dia o animal, então a gente precisa esperar ela se recuperar de uma sedação para depois a fazer outra. Esse momento é de observação e investigação, se há mais alguma outra lesão ou algum outro estado de saúde que exija um tratamento mais específico”, disse a médica veterinária do CRAS.

Outros atendimentos

Além da onça pintada, uma fêmea de aproximadamente dois anos de idade, o CRAS também atende um filhote de veado e monitora um filhote de anta, que está Bonito.

“O filhote de veado chegou com queimaduras, mas é um órfão do fogo como a gente diz, porque ele foi achado sozinho numa área onde tinha acontecido um incêndio. O animal está bem, ele vai ter que ficar aqui até a fase adulta e ter a capacidade para ser solto. E a anta, que também é filhote, continua em tratamento em Bonito. A gente está acompanhando de longe, fornecendo medicamentos e dando um suporte”, disse Aline Duarte.

O filhote de veado-catingueiro foi resgatado durante incêndio florestal na Aldeia Alves de Barros, entre Bodoquena e Bonito, em boas condições de saúde e sem lesões, mas por ser filhote precisa de cuidados. A filhote de anta, foi entregue no dia 3 de agosto, por um proprietário rural. Com ferimentos nas patas ela foi levada para o RARAS (Recinto de Amparo e Reabilitação de Animais Silvestres), em Bonito, onde se recupera.

Situação dos incêndios

Os resgates dos três animais – a onça pintada Miranda e os filhos de veado e anta – ocorreram durante a Operação Pantanal 2024 que completa 137 dias, que envolve também o combate aos focos de incêndios florestais – um deles é fora do bioma, na região de Naviraí, próximo à divisa do Paraná.

Nesta sexta-feira (16), o CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul), com o apoio das demais forças envolvidas, atua para controlar e extinguir onze focos de incêndios ativos na região do Parque Estadual das Nascentes do Rio Taquari – próximo aos municípios de Costa Rica e Alcinópolis –, na divisa com o Mato Grosso, em Miranda – próximo ao Salobra –, Serra do Amolar, Paiaguás, Passo da Lontra – na Estrada Parque –, Forte Coimbra, Nabileque e nas proximidades da comunidade indígena Kadiwéu.

As equipes de combate permanecem mobilizadas para combater e monitorar, e ainda evitar a expansão dos incêndios. Além das áreas onde as operações estão em andamento, é feito monitoramento contínuo nas proximidades do Porto da Manga.

Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS

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