Nesta última quinta-feira (5), Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto da pequena Sophia O’campo, que tinha 2 anos, foram condenados pelo assassinato e abuso sexual da criança.
Conforme o site MS Todo Dia, Stephanie foi sentenciada a 20 anos de prisão por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e homicídio doloso por omissão.
Christian recebeu uma pena de 32 anos por homicídio triplamente qualificado por motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos, além de estupro de vulnerável. O caso, que ocorreu em janeiro do ano passado, teve seu desfecho após dois dias de julgamento.
O Julgamento
Durante o julgamento, a promotoria apresentou fotos dos ferimentos da menina e trocas de mensagens entre o casal no dia da morte de Sophia. Testemunhas de defesa de ambos os réus, assim como investigadores que atenderam a ocorrência, foram ouvidos.
Christian Campoçano, ao ser interrogado, chorou ao lembrar de Sophia e negou ter abusado sexualmente da enteada. “Eu a considerava uma filha”, declarou, admitindo problemas com drogas e reconhecendo um relacionamento conturbado com Stephanie, marcado por brigas, mas sem acusá-la pela morte da menina.
Stephanie de Jesus da Silva também chorou durante o julgamento. Alegou viver um relacionamento abusivo com Christian, que tinha medo de pedir a separação e não sabia das agressões sofridas pela filha. “Eu não amava, eu ainda amo minha filha e sempre vou amar. Ela sempre foi tudo pra mim, minha base, minha fortaleza. Sem ela, não tenho mais vontade de viver. Já tentei acabar com minha vida e até escrevi uma carta de suicídio porque não tem mais sentido viver a minha vida”, disse.
O Caso
Sophia Jesus Ocampos, de 2 anos, morreu em 26 de janeiro de 2023. Ela foi levada já sem vida pela mãe à UPA do Bairro Coronel Antonino, em Campo Grande. Segundo o médico legista, o óbito havia ocorrido cerca de sete horas antes.
Em depoimento, a mãe confirmou que sabia que a menina estava morta quando procurou a unidade de saúde. O laudo de necropsia, emitido pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), apontou que a causa da morte foi traumatismo na coluna cervical e confirmou que Sophia foi estuprada.
A declaração de óbito indicou que o trauma na coluna evoluiu para o acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede torácica. O documento também mencionou que a menina sofreu “violência sexual não recente”.
Sophia era frequentemente levada à unidade de saúde. Seu prontuário médico registra 30 atendimentos médicos em unidades de saúde da capital, uma delas por fratura na tíbia.