O advogado Alexssander Cardoso dos Santos, preso na Operação Expurgo do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em 2023, foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão.
Conforme divulgou nesta quarta-feira (5) o site Água Clara MS, a sentença foi proferida pelo juiz da Vara Única da Comarca de Água Clara, e divulgada em fevereiro, embora o processo ainda corra em segredo de justiça.
A decisão aponta que Alexssander utilizava sua posição como advogado para colaborar com uma organização criminosa, fornecendo informações confidenciais sobre investigações. Conforme os autos, ele alertava criminosos sobre mandados de prisão e se ofereceu para armazenar drogas em seu escritório.
O juiz, Cesar David Maudonnet, afirmou que Alexssander “extrapolou os limites da advocacia” e prestou apoio estratégico à organização criminosa. Durante a instrução processual, depoimentos reforçaram a acusação, com policiais relatando que o advogado estava ciente das prisões antes da chegada dos presos à delegacia. Em um dos casos, um detido afirmou nunca ter contratado os serviços de Alexssander.
A defesa alegou nulidades processuais e contestou as provas obtidas por interceptação telefônica, mas a Justiça rejeitou esses argumentos, afirmando que as provas eram suficientes para a condenação. A sentença também destacou o vínculo contínuo entre o réu e a organização criminosa.
O juiz manteve a prisão preventiva de Alexssander, que está detido desde a segunda fase da operação, deflagrada em 21 de novembro de 2023, em Água Clara.
