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segunda-feira, 10 de março de 2025

Por todas as Mulheres e Meninas

Por Wilson Aquino*

No fim de semana, o mundo celebrou o Dia Internacional da Mulher, uma data que deveria ser de reconhecimento e respeito, mas que, infelizmente, continua sendo marcada por números alarmantes de violência e desigualdade. Em 2025, também se comemora o 30º Aniversário da Declaração e Plataforma de Pequim, um marco histórico assinado por 189 governos para promover os direitos das mulheres. No entanto, apesar de três décadas de esforços e compromissos globais, a realidade ainda é cruel: a violência contra a mulher persiste de maneira alarmante, especialmente no Brasil e em Mato Grosso do Sul, onde os índices de feminicídio e agressões seguem em crescimento.

A violência contra a mulher permanece uma chaga aberta na sociedade. Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024 revelam que, em 2023, 1.238.208 mulheres foram vítimas de algum tipo de violência no país, incluindo homicídios, feminicídios, agressões domésticas, ameaças, perseguições, violência psicológica e estupros. Além disso, a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 apontou que aproximadamente 885 mil mulheres sofreram violência sexual naquele ano.

Esses números alarmantes são reflexo de uma cultura enraizada de machismo e desigualdade de gênero, que perpetua a ideia de superioridade masculina e subjugação feminina. É imperativo que a sociedade brasileira, em todas as suas esferas, assuma a responsabilidade de desconstruir essa mentalidade insana que ainda prevalece entre muitos homens. A mulher deve ser respeitada em todas as dimensões: física, moral, intelectual e espiritual. Não há mais espaço, em pleno século XXI, para tolerar comportamentos brutais e irracionais contra as mulheres.

A educação é uma ferramenta poderosa na transformação dessa realidade. Desde a infância, é essencial ensinar meninos e meninas sobre igualdade de gênero, respeito mútuo e direitos humanos. No ambiente doméstico, os pais devem ser exemplos de respeito e equidade, promovendo um ambiente onde não haja espaço para a violência ou discriminação. Nas escolas, programas educativos devem abordar questões de gênero, desconstruindo estereótipos e promovendo a valorização da mulher.

A legislação brasileira avançou com a criação de leis específicas para proteger as mulheres, como a Lei Maria da Penha, que completou 18 anos em 2024. Essa lei é considerada uma das mais avançadas no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher, servindo de referência para outros países. No entanto, sua efetividade depende da aplicação rigorosa e de uma rede de apoio eficiente para as vítimas.

Além das medidas legais e educativas, é fundamental que os homens reflitam sobre suas atitudes e comportamentos. Pequenos gestos de carinho e valorização podem fortalecer os relacionamentos e prevenir conflitos. Escrever uma carta, poemas e bilhetes de amor, oferecer uma flor sem motivo específico ou expressar palavras de afeto são atitudes que contribuem para um ambiente harmonioso e respeitoso.

A Bíblia, fonte de sabedoria e orientação, reforça o valor e o respeito que se deve ter para com as mulheres. Em Provérbios 31:10, lemos: “Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubis.” Essa passagem destaca a importância e o valor inestimável da mulher virtuosa. Em Gálatas 3:28, é afirmado: “Não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus.” Esse versículo enfatiza a igualdade de todos perante Deus, independentemente de gênero. Além disso, em Efésios 5:25, há uma orientação direta aos maridos: “Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela.” Aqui, o amor sacrificial e profundo que os homens devem ter por suas esposas é claramente delineado.

Líderes de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias também têm enfatizado o valor das mulheres e o respeito que lhes são devidos. O presidente Russell M. Nelson declarou: “A mulher é a criação mais sublime de Deus. Seu papel é de uma importância inigualável na sociedade e no Plano Divino.” A irmã Jean B. Bingham, ex-presidente geral da Sociedade de Socorro, afirmou: “Quando reconhecemos o verdadeiro valor das mulheres, somos inspirados a tratá-las com mais respeito, dignidade e amor, fortalecendo nossa própria humanidade no processo.”

O Presidente Gordon B. Hinckley, ex-líder da Igreja, destacou: “Nenhum homem pode alcançar a plenitude de seu potencial sem a influência de uma mulher virtuosa ao seu lado. O respeito e a honra às mulheres devem ser inegociáveis em nossa sociedade.”

Essas palavras reforçam que o respeito à mulher não é apenas uma questão social, mas também espiritual. Deus valoriza cada mulher como uma filha divina, dotada de dons e potencial para transformar o mundo. Como sociedade, precisamos seguir esse mesmo princípio, reconhecendo que não há progresso verdadeiro sem o reconhecimento pleno da importância e do direito das mulheres de viverem com respeito e dignidade.

É urgente que a sociedade brasileira desperte para a gravidade da violência contra a mulher e se mobilize para erradicar esse mal. Cada um de nós tem um papel a desempenhar na construção de uma cultura de paz, respeito e igualdade. Não podemos mais tolerar que mulheres sejam vítimas de agressões, abusos ou discriminações. A mudança começa com a conscientização e se concretiza com ações efetivas em prol de uma sociedade mais justa e humana.

Que o Dia Internacional da Mulher seja mais do que uma data comemorativa; seja um marco de reflexão e compromisso com a transformação social que tanto almejamos.

(*) Wilson Aquino é Jornalista e Professor

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