A cena comovente de andorinhas mortas voltou a se repetir na manhã desta quarta-feira (16) em Andradina, interior de São Paulo. Cinco aves foram encontradas sem vida na calçada da praça do Tiro de Guerra, na Rua São Paulo — o mesmo local onde dezenas delas já haviam sido encontradas no dia anterior.
Conforme o site Hoje Mais, na terça-feira (15), a suspeita inicial era de envenenamento, mas técnicos da Secretaria Municipal de Meio Ambiente descartaram essa hipótese, sugerindo que as aves poderiam ter sido eletrocutadas. A explicação foi reforçada pelo próprio secretário da pasta, Fabrício Mazotti, e endossada pelo governo municipal em publicação no site oficial da prefeitura.
Mesmo com a explicação, a nova leva de mortes levanta dúvidas na população. Os corpos das aves não apresentam sinais visíveis de queimadura, o que coloca em xeque a tese de descarga elétrica. A comunidade segue aguardando os resultados da necropsia prometida pela Secretaria de Meio Ambiente.
Moradores também relataram comportamentos atípicos das andorinhas. Alunos de escolas próximas à praça afirmaram que aves atordoadas chegaram a invadir salas de aula na manhã de terça-feira, o que pode indicar exposição a alguma substância tóxica ou desorientação provocada por outro fator ambiental.
Procurada pelo portal Hojemais Andradina, a Polícia Ambiental foi acionada ainda na terça-feira, mas até o fechamento desta matéria não havia se manifestado oficialmente sobre o caso.
Aves protegidas por lei
As andorinhas são aves silvestres protegidas por lei no Brasil. Além de ocuparem ambientes urbanos, muitas espécies são migratórias e estão sob proteção especial da legislação federal. O artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) prevê pena de detenção de seis meses a um ano, além de multa, para quem matar ou capturar animais da fauna silvestre sem autorização.
A pena pode ser aumentada pela metade se o crime ocorrer durante o período de reprodução, envolver espécies ameaçadas de extinção ou for cometido em unidades de conservação. Já o Decreto nº 6.514/2008 estabelece multa de R$ 500 a R$ 5 mil por exemplar morto, além de sanções como apreensão de instrumentos ou veículos utilizados.
Diante da recorrência dos casos, moradores cobram uma investigação mais aprofundada e medidas efetivas para proteger as aves. Enquanto isso, a praça do TG, antes espaço de convivência e natureza, agora carrega o silêncio das andorinhas que não voltaram a voar