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terça-feira, 12 de novembro de 2024

International Paper investe em produção mais limpa

19/05/2008 14h06 – Atualizado em 19/05/2008 14h06

A unidade fabril da International Paper, em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo, realizou um projeto industrial para substituir o combustível utilizado em duas caldeiras, que são responsáveis pela geração de energia para a fabricação de celulose e papel. Após substituições e modificações em equipamentos, a principal fonte de energia que era utilizada pelas caldeiras, o óleo combustível, foi substituído pelo gás natural. A mudança, iniciada em 2004, foi pautada nos princípios do MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo) e do protocolo de Kyoto, e mostrando o compromisso da IP com a conservação do meio ambiente e a sustentabilidade.

Por meio desta substituição de combustível, a fábrica da International Paper, em Mogi Guaçu, conseguiu reduzir suas emissões em 211 mil toneladas de dióxido de carbono, no período de 2004 a 2007. Tal projeto foi auditado pela empresa americana de gerenciamento ambiental MWH e registrado junto a Chicago Climate Exchange, a Bolsa do Clima de Chicago. A CCX, como é conhecida, é uma bolsa auto-regulável constituída sob as leis norte-americanas, além disso, é reconhecida como a primeira do mundo a negociar reduções certificadas de emissões de gases do efeito estufa (GEE), no mercado voluntário.

Segundo o diretor Global Florestal da International Paper, Armando Santiago, a empresa, ciente de sua responsabilidade ambiental e do seu compromisso com a sustentabilidade do planeta, assume esta tarefa de forma voluntária e dá uma demonstração clara que é possível contribuir para esta causa. “Entendemos que esta redução, associada a outras práticas sustentáveis que a empresa realiza, tem uma enorme importância na difícil tarefa de legar um ambiente mais limpo e agradável para as futuras gerações”, afirma Armando.

Por meio deste projeto, que possui um foco na sustentabilidade para uma produção mais limpa, a International Paper entrou para o mercado de crédito de carbono, com o valor de venda de 1 milhão e 200 mil dólares – oriundos da mitigação de CO2 gerados na produção de seus produtos, utilizando gás natural.

Além do Crédito de Carbono

Outro fator relevante que demonstra a preocupação da International Paper com a questão ambiental diz respeito às suas florestas. A empresa mantém 102 mil hectares de florestas no interior de São Paulo, sendo 24 mil hectares dedicados à conservação de biodiversidade e matas nativas e mais 72 mil hectares destinados ao cultivo renovável de eucalipto – estes últimos retêm cerca de dez milhões de toneladas de CO2. Nos últimos dois anos, a IP investiu US$ 129 milhões em outro projeto na unidade de Mogi Guaçu: o Otimização, que contemplou diversas melhorias no processo industrial em prol do meio ambiente. Entre elas um novo sistema de tratamento de efluentes que garantiu a redução da emissão de carga orgânica dos efluentes da fábrica.

Mercado de Carbono

Créditos de carbono ou Redução Certificada de Emissões (RCE) são certificados emitidos quando ocorre a redução de emissão de gases do efeito estufa (GEE). Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) equivalente corresponde a um crédito de carbono, que pode ser negociado no mercado internacional. Acordos internacionais, como o Protocolo de Kyoto, determinam uma cota máxima que países desenvolvidos podem emitir. Os países, por sua vez, criam leis que restringem as emissões de GEE. Assim, aqueles países ou indústrias que não conseguem atingir as metas de reduções de emissões, tornam-se compradores de créditos de carbono. Por outro lado, aquelas indústrias que conseguiram diminuir suas emissões abaixo das cotas determinadas, podem vender o excedente de “redução de emissão” ou “permissão de emissão” no mercado nacional ou internacional. Também existem os mercados voluntários, como a CCX, onde seus membros possuem metas de redução de emissões e também podem comprar ou vender créditos na Bolsa.

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