Márcia garante área para construção do Hospital Regional de Três Lagoas

10/06/2014 13h26 – Atualizado em 10/06/2014 13h26

O empresário Magid Thomé Filho acabou com a angústia da prefeita de Três Lagoas em busca de um local adequado para erguer o Hospital Regional da cidade: o descendente de imigrantes libaneses, sempre atuantes no desenvolvimento do Município, resolveu doar uma área, sem ônus para a municipalidade. A abertura dos envelopes contendo as empresas participantes da licitação para construção do hospital acontece no próximo dia 16

Léo Lima e Ricardo Ojeda

Terminou a angústia da prefeita Marcia Moura em busca de uma área para a construção do Hospital Regional de Três Lagoas. Após uma luta incansável a procura de apoio ao intento e périplo por diversos órgãos públicos e privados (inclusive, junto à Cesp), enfim, um verdadeiro presente de aniversário para a cidade, que no próximo dia 15 deste completa 99 anos de emancipação político-administrativa. O empresário Magid Thomé Filho, em memória ao avô (Egydio Thomé) e ao pai (Magid Thomé, recentemente falecido) resolveu doar uma área de 23 mil metros quadrados, pertencente à família, e que se localiza em uma região considerada nobre pelo mercado imobiliário, no distrito industrial, na BR-158, em frente da Cortex.

Depois de várias investidas da prefeita junto à direção da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), onde estava negociando a doação de uma área para a construção do hospital, Márcia Moura foi pega de surpresa pela disposição do empresário Magid Thomé. “Uma atitude nobre dele, um cidadão que se preocupa com a cidade, condicionando a doação exclusivamente para c construção do hospital”, enfatizou, emocionada, a prefeita, durante coletiva com a imprensa, na manhã desta terça-feira (10), em seu gabinete.

Segundo Márcia Moura, a doação ainda terá que passar pelo crivo da Câmara Municipal, na noite de hoje. Ao lado da maioria dos parlamentares que compõem o Legislativo Três-lagoense, ela garantiu que “os vereadores saberão decidir pelo melhor para a cidade”.

Em nome dos colegas presentes e do presidente da Câmara, Jorginho do Gás (que não pode comparecer por motivo de viagem), o vereador Marcus Bazé assegurou que o Legislativo vai se posicionar em favor da população, avalizando a doação. Ele também elogiou a ação do empresário, destacando que “Magid concretizou mais este sonho dos três-lagoenses; a cidade só tem a agradecer”.

No dia 30 deste, conforme Marcia Moura, a efetivação da construção do hospital terá início com a primeira medição da área. “O governador [André Puccinelli] e nossa vice-governador Simone Tebet estarão na cidade para a assinatura da ordem de serviço”, observou a prefeita.

Dia 16 vindouro acontecerá a abertura dos envelopes contendo as propostas das empreiteiras interessadas. O evento acontecerá no prédio da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de MS), em Campo Grande.

ATITUDE NOBRE

Também presente ao evento, o promotor de Justiça de Meio Ambiente, Antônio Carlos Garcia de Oliveira usou da palavra para enaltecer a decisão do doador: “uma atitude nobre, doando uma área nobre destinada ao atendimento da população”. Ele destacou ainda as ações da família Thomé no desenvolvimento regional; “Os Thomé tanto fizeram por Três Lagoas e não seria diferente com um descendente, que tomou uma decisão que vai promover a melhoria da qualidade da saúde no Município”, o promotor.

Respondendo a indagação da reportagem do Perfil News, Antônio Carlos assegurou que a Promotoria do Meio Ambiente tem embasado decisões favoráveis em cima de ações que visem o bem estar da coletividade. “O flagrante de interesse público sobrepuja qualquer tipo de interesse”, afirmou. “Foi assim quando da construção da Unei (Unidade Educacional de Internação) e do Semiaberto (presídio)”, lembrou.

A TOQUE DE CAIXA

A secretária municipal de Planejamento e Gestão, foi elogiada por todos, especialmente pela prefeita Marcia Moura, pela determinação em agilizar o processo de adequação da área às exigências do projeto. Em resposta, Carmen Lúcia Ribeiro Goulart, agradecendo a colaboração de sua equipe, disse que “foram 15 dias de muito trabalho, onde a dúvida [na formalização da área como o terreno onde o hospital vai ser construído) não fez parte de nossa luta; nenhum de nós duvidou que não iria dar certo”.

Segundo Carmen Lúcia, uma das exigências era de que a área tinha que ter as mesmas características firmadas no projeto.

AÇÃO PELA CIDADE

Também demonstrando estar bastante emocionado, o empresário Magid Thomé, em seu breve pronunciamento, destacou que “a história da minha família em Três Lagoas teve início com meu avô, que chegou por estas bandas em 1920, vindo do Líbano; depois, meu pai deu continuidade ao crescimento da família e no processo de desenvolvimento da região”.

Para Magid, a decisão em doar a área teve a participação de toda a família. Ao lado de sua esposa Adriana, na coletiva, ele, com os olhos marejados, lembrou mais uma vez do pai, que faleceu no dia 14 de março deste ano: “tenho certeza que meu pai ficou feliz em saber que o que ele construiu [patrimônio] servirá para ajudar as pessoas [doação da área]”.

RECURSOS GARANTIDOS

Uma obra 100% garantidos por recursos do governo federal (conforme a prefeita Marcia Moura), a notícia da construção do hospital regional teve início pelo informe do governador André Puccinelli, em 2012, quando esteve em visita ao Município.

Não sabendo ao certo o quantum de recursos será necessário para a construção da obra, a prefeita Marcia Moura disse que a edificação do hospital será feita em blocos. A mais recente notícia a propósito dos custos saiu publicada em dezembro do ano passado, no site do governo estadual (Noticias MS), dando conta de que a Agesul estima em gastos de R$ 55 milhões.