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domingo, 24 de novembro de 2024

Barragem de Jupiá: Um risco silencioso?

26/11/2015 17h26 – Atualizado em 26/11/2015 17h26

(*) Rógerson Rímoli, advogado e empresário.

Desde a inauguração da Usina Souza Dias (Jupiá), no longínquo ano de 1974, todo o trânsito de automóveis passa sobre suas instalações, o que me faz pensar sobre o grande risco de ocorrência de avarias ou até mesmo comprometimento de sua estrutura. Essa é uma conclusão absurda?

Penso que não.

É ressabido que atualmente passam pelo local cerca de dez mil veículos por dia, com expectativa de aumento desse fluxo em decorrência do acelerado processo de industrialização de Três Lagoas e cidades vizinhas. Isso tudo considerando que o desenho da antiga estrutura da barragem pode não ter previsto tamanho acréscimo no volume, bem como no porte dos caminhões e carretas.

Ou seja: antes tínhamos um fluxo de automóveis infinitamente menor do que dos dias atuais, isso aliado ao fato de que naquele tempo nossas estradas eram povoadas de caminhões F-4000/ F600, FNM, Mercedes 608/1113, diferentes, e muito, das carretas bi e tritrem, carregadas de combustível, madeira, aço, estruturas metálicas, de concreto, equipamentos, dentre outros que aumentam a cada dia.

Seja como for, não quero aqui me intrometer num assunto de técnica estrutural e de engenharia que, definitivamente, não é a minha praia, mas apenas chamar atenção sobre a necessidade urgente-urgentíssima de se concluir a obra da nova ponte sobre o Rio Paraná e lançar uma reflexão sobre os eventuais riscos de fadiga na estrutura da pista sobre a barragem em virtude desse trânsito “provisório”, lembrando que a barragem suporta 330km² de represamento.

Enquanto isso, estamos acompanhando o ritmo lento, quiçá letárgico, do andamento das obras de conclusão (acesso) à nova ponte que ligará os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, a qual teve previsões modificadas por diversas vezes.

Nós de Três Lagoas estamos fartos de tanta demora na conclusão de tão importante obra, que será responsável por resolver dois problemas. O primeiro: da lentidão do trânsito que irrita cada vez mais o cidadão. O segundo e bem mais importante: a retirada do fluxo do trânsito da barragem da usina de Jupiá, antiga pretensão da sociedade.

Rógerson Rímoli, advogado e empresário. (Foto: Divulgação)

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