18/09/2002 12h27 – Atualizado em 18/09/2002 12h27

Um candidato a deputado federal é assassinado no Rio de Janeiro depois de uma discussão sobre propaganda eleitoral. Luís Fernando Petra de Carvalho, de 36 anos, voltava para casa com a mulher, no início da madrugada. Segundo a polícia, o candidato a deputado federal teria discutido com três homens que tiravam suas bandeiras de propaganda eleitoral e colocavam as de outro candidato. Houve discussão e um dos homens sacou uma pistola. De acordo com testemunhas, pelo menos dez tiros foram disparados. Os três homens fugiram.

18/09/2002 11h20 – Atualizado em 18/09/2002 11h20

A Polícia Civil de Minas Gerais apresentou ontem em Belo Horizonte uma quadrilha, composta por três homens e uma mulher, que aplicava há dois anos o golpe do cartão em caixas automáticos de pelo menos três bancos diferentes. Segundo a polícia, a quadrilha atuava nas agências 24h e 30h, com um dispositivo instalado nos caixas eletrônicos capaz de reter os cartões dos clientes e sabotar o processo de retirada de dinheiro.

Um adesivo com a logomarca do banco, confeccionado pela quadrilha, era colado na máquina indicando um número de telefone que deveria ser discado, caso o cartão fosse retido. Em uma central telefônica em Divinópolis, também estourada pela polícia, a quadrilha recolhia os dados e senhas da vítima para a retirada e, de poder do cartão, fazia os saques nas contas.

A polícia apreendeu aparelhos celulares de outros estados e regiões mineiras usados para dificultar as investigações, além de um computador que produzia os adesivos e os instrumentos usados nos caixas eletrônicos. Segundo a polícia mineira, a quadrilha era organizada e agia também no Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, principalmente em bairros de classe média alta. Os acusados estão detidos na Delegacia Seccional Centro de Belo Horizonte.

18/09/2002 10h56 – Atualizado em 18/09/2002 10h56

Com medo de morrer, o traficante Celso Luiz Rodrigues, o Celsinho da Vila Vintém, não quer voltar para Bangu 1. O pedido foi feito em carta a ser entregue à governadora Benedita da Silva e à cúpula de segurança. “O Comando Vermelho (CV) manda no presídio. Retornar seria o mesmo que nos condenar à morte”, escreveu ele.

Apontado como traidor do grupo morto na chacina chefiada por Beira-Mar, Celsinho, na carta, lamenta a morte de Uê e dos aliados das facções Terceiro Comando e Amigos dos Amigos. “Morreram quatro amigos”, diz ele, que, apesar de chefiar a ADA, rival do CV, foi poupado. Em outra carta, detentos do presídio Ary Franco, em Água Santa, temem nova chacina, afirmando que há armas naquela cadeia. A família de Uê entrará na justiça contra o estado, pedindo indenização de R$ 200 mil.

18/09/2002 10h44 – Atualizado em 18/09/2002 10h44

Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, provavelmente não cumprirá pena no presídio que a Marinha mantém na Ilha das Cobras – próximo à Ilha Fiscal, na Baía de Guanabara, primeira unidade cogitada pelo ministro da Justiça, Paulo de Tarso Ribeiro. Além de a unidade ser de segurança mínima, a prisão é destinada a pessoas com penas de até dois anos, e o Código Naval proíbe a entrada de presos federais. O secretário estadual de Justiça, Paulo Saboya, informou ao Ministério que Beira-Mar responde a 16 processos e tem condenação a 21 anos de prisão.

O ministro disse que técnicos das secretarias nacionais de Justiça e de Segurança estudam as condições de outras unidades militares. Paulo de Tarso criticou a permanência do traficante em Bangu 1. “A gestão penitenciária não é bem feita lá. Beira-Mar tem regalias que nenhum outro preso tem no País”, opinou.

Enquanto não se define o destino de Beira-Mar, o líder da rebelião em Bangu 1 continuará numa cela do Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque), no Estácio. Mesmo contrariando advogados dele e de outros quatro chefões do Comando Vermelho (CV). A última tentativa de retirá-los do BPChoque foi feita ontem. Advogados disseram ao juiz Enos da Costa Palmas, do 2º Tribunal do Júri, “que os presos eram maltratados e que as celas não tinham circulação de ar”. Um oficial de justiça foi ao local e não confirmou a denúncia.

O corregedor-geral das Polícias, Aldney Peixoto, também foi ao BPChoque checar informação de que os presos recebiam comida estragada. Peixoto viu que isso não é verdade, já que o comandante do batalhão, coronel Francisco Spargoli, manda servir aos traficantes a comida oferecida aos PMs. Ontem, por exemplo, os chefões do CV almoçaram arroz, feijão, purê de batata e filé de peixe empanado. No jantar, o peixe deu lugar a iscas de fígado.

18/09/2002 10h32 – Atualizado em 18/09/2002 10h32

A polícia prendeu ontem à noite em Piracaia, na região de Bragança Paulista, um homem suspeito de ser o maníaco de Guarulhos (SP), acusado de estrangular pelo menos oito mulheres. Segundo a polícia, na mochila dele foram, encontradas revistas pornográficas, uma corda e lenços femininos. O homem deve ser levado para Guarulhos ainda hoje para que as vítimas façam o reconhecimento.

18/09/2002 10h29 – Atualizado em 18/09/2002 10h29

“Para um grande amigo, com um forte abraço e um grande beijo, Viviane Araújo. Para o amigo Daniel. 16/02/02.” A carinhosa dedicatória estava no verso da foto da modelo Viviane Araújo, supostamente dirigida ao traficante Dani do Jacarezinho, preso em Bangu 1 e condenado a 28 anos por seqüestro e tráfico. Dani está entre os presos que não participaram da rebelião em Bangu 1.

Viviane é mulher do cantor Belo, que responde a processo por tráfico de drogas, associação para fins de tráfico e porte ilegal de armas. A modelo disse que tira fotos e dá autógrafos para vários fãs e que não pede a ficha criminal de nenhum deles. “Qual o artista que faz isso?”, perguntou.

De acordo com o delegado Ricardo Hallak, a foto não incrimina Viviane, já que amizade com qualquer pessoa não é crime. Mesmo assim, ele vai encaminhar a foto para a juíza titular da 34ª Vara Criminal, Rute Viana Lins, responsável pelo processo contra o marido da modelo.

18/09/2002 10h23 – Atualizado em 18/09/2002 10h23

Policiais apreendem celulares no presídio em que houve rebelião. Foto de Viviane Araújo também foi encontrada

Dois celulares, um carregador, pequena quantidade de maconha e uma foto da modelo Viviane Araújo, mulher do cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, supostamente autografada para o traficante Daniel Francisco da Silva Filho, o Dani do Jacarezinho, foram apreendidos ontem, em operação da Polícia Civil em Bangu 1. O material estava na galeria A, a única que não foi destruída na rebelião do dia 11, em que quatro presos foram executados, entre eles Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê.

A revista provocou a transferência do traficante Marco Antônio da Silva Tavares, 37 anos, o Marquinho Niterói, que também participou do motim, para o Batalhão de Choque, onde já estão Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, Márcio Nepomuceno dos Santos, o Marcinho VP, Márcio Silva Macedo, o Gigante, e Marcos Marinho dos Santos, o Chapolim.

De acordo com Ricardo Hallak, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), a transferência de Marquinho Niterói foi punição. “Nossos homens viram, assim que agentes anunciaram a revista, o Marquinho se livrando da maconha e de um celular. Por isso, ele foi punido com a transferência.”

O delegado Luiz Businaro, titular da Polinter, disse que pelo menos um dos aparelhos de telefone deve ter entrado em Bangu na visita de domingo. “Eu acredito que esse celular tenha chegado ao presídio dentro da vagina de alguma visitante. Isso é muito comum. Uma revista íntima rigorosa não é suficiente. Não contamos, por exemplo, com o auxílio de um aparelho de ultra-som durante as revistas.”

No momento da transferência, o traficante Marquinhos Niterói conversou com a imprensa e disse que estava sendo injustiçado. “É uma covardia o que estão fazendo comigo e com os companheiros que ficaram em Bangu 1. Aquilo lá não tem condições de abrigar ninguém. Está tudo acabado. Vocês precisam ver. Os policiais querem me prejudicar porque me pediram R$ 1 milhão para eu ficar lá. Se eles pensam que eu estou com medo de ficar perto do Beira-Mar, estão enganados. O Beira-Mar é meu amigo.”

À noite, Marquinho Niteroí chegou ao BPChoque escoltado por quatro veículos da Polinter.

18/09/2002 10h17 – Atualizado em 18/09/2002 10h17

Operação no complexo de favelas contou com helicópteros e dirigível. Delegado diz que só sai de lá com o bandido.

A polícia ocupou ontem, durante todo o dia, o Complexo do Alemão, numa tentativa de capturar o traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco. ”Não sairemos daqui enquanto ele não for preso. O cerco está se fechando”, afirmou o delegado Paulo Passos, da Delegacia de Homicídios. No dia 2 de junho, Elias Maluco comandou a morte do jornalista Tim Lopes, da TV Globo. Segundo Passos, 500 policiais ficarão 24 horas por dia na região.

A operação começou às 8h30, quando oito agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) desceram de dois helicópteros na Pedra do Sapo, no alto da Favela da Grota. Houve troca de tiros entre policiais e traficantes. O dirigível Pax Rio acompanhou a operação.

Na ação, foram detidas seis pessoas, mas apenas duas ficaram presas: Alex Araújo Lins, 25 anos, foragido há um ano de Bangu 5, onde cumpria pena por assalto e tráfico de drogas, e o menor Rodrigo, 15, que os policiais informaram já ter sido preso por porte de arma e tráfico. Segundo Paulo Passos, investigações realizadas pelo Serviço de Inteligência da Polícia Civil mostram que Elias Maluco está escondido na Grota, muito bem armado e disposto a reagir.

Agentes de quatro delegacias subiram a Favela da Grota por três ruas – Joaquim Queiroz, Travessa Laurinda e Sebastião de Carvalho -, cercaram esses acessos ao morro e revistavam casas e pedestres. “Estamos munidos de mandados de busca e apreensão”, afirmou o delegado Paulo Passos.